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Gepes de Comunicação e Artes
Projeto do Gepes de Comunicação e Artes (elaborado entre setembro e outubro de 2005 por Cristina, Maíra e Mariana) 1) O que é o Gepes para nós?
Gepes: Grupo de Estudos e Pesquisas em Economia Solidária. Essa sigla nos remete diretamente ao estudo da Economia Solidária, o que nos faz imaginar que, quando foi criado, a intenção do grupo era contemplar em suas discussões a economia solidária de forma mais ampla, com enfoque em áreas específicas que são consideradas importantes para o processo de incubação. No entanto, o Gepes não consegue contemplar a fundo a discussão de economia solidária, por conta das demandas de atuação e pesquisa da área específica. Apesar de nossas discussões serem sempre pautadas pelo contexto das cooperativas, o movimento de economia solidária e seus princípios têm pouco espaço e temos dificuldade de extrapolar a realidade local para construir reflexões e ações em outros âmbitos.
O Gepes é de fundamental importância para aprofundar a área específica de atuação e a pesquisa acadêmica. Pode auxiliar na sistematização de conhecimentos calcados na realidade brasileira, que contribuam para o compromisso da academia com a maioria da população do país, de forma a cumprir com a indissociabilidade do tripé ensino-pesquisa-extensão. É um espaço de reflexão e planejamento de ações, permitindo que a práxis aconteça – que a prática seja embasada pelo estudo em um constante processo de reflexão e transformação dos conhecimentos e das práticas. Além disso, o Gepes contribui para a legitimidade da ITCP dentro da academia (por conta de seu caráter de pesquisa) e pode aproximar professores de diversos institutos para a participação na incubadora. Visualizamos três possíveis formas de participação do professor na incubadora: a burocrática; a esporádica e temática e a efetiva, que estabelece uma verdadeira integração com a ITCP. Preferimos as duas últimas, mas a primeira continua necessária dentro da estrutura da Universidade. A defesa da área específica de atuação não significa a fragmentação do trabalho de incubação. Pelo contrário, a divisão por áreas deve servir para uma contribuição mais qualificada do monitor na equipe e na incubação, pois, a partir de conhecimentos e pontos de vista diversos, os monitores têm a possibilidade de enriquecer sua atuação conjunta. O Gepes deve prever a transdisciplinaridade dentro da equipe e subsidiar o diálogo entre as áreas do conhecimento, partindo de sua especificidade.
Para que exista um espaço coletivo menos pragmático de discussão na ITCP, propomos a construção de um encontro mensal inter-Gepes com temas variados da economia solidária, que incluam as diferentes áreas de atuação e reflexão. A cada mês, um Gepes ficaria responsável por propor o tema e a dinâmica do espaço – o que não impede que outros monitores interessados no tema escolhido participem desta construção.
2) Histórico e Justificativa do Gepes de Comunicação e Artes
Como surgiu e por que um Gepes de Comunicação e Artes? O Gepes de Comunicação e Artes surgiu no início de 2005, a partir de demandas que as cooperativas e a Incubadora apresentavam nas áreas de produção, sensibilização artística, arte-educação e comunicação interna e externa. O nome que antes agrupava as atividades de comunicação e artes, assim como todas as outras que não se encaixavam nos demais Gepes, era Gepes de Ações Experimentais. Porém, pela alta abrangência que este nome representava, impossibilitava um estudo aprofundado de uma área específica. Hoje, ainda há na incubadora uma falta de clareza com relação às funções do Gepes de Comunicação e Artes, dada sua pouca idade. Este projeto é um passo para delimitar suas atividades. A fundação do Gepes de Comunicação e Artes se deu pela necessidade de se estudar e praticar estes campos nas cooperativas e na incubadora. Como no início de 2005 eram apenas duas monitoras no Gepes de Ações Experimentais, uma de Comunicação e outra de Artes, buscou-se um fundamento para esta união e percebeu-se o fato de ambas trabalharem a subjetividade, a expressão, a abstração e a identidade. No entanto, cogita-se a possibilidade de, um dia, haver um Gepes de Comunicação e outro de Artes, pela importância que estas áreas representam no processo de incubação. Além disso, o monitor nem sempre está preparado para atuar em uma das duas áreas ou fica sobrecarregado quando há demandas simultâneas de ambas as áreas.
Cabe ressaltar que vemos a comunicação e as artes como instrumentos pedagógicos da educação popular, por estas possibilitarem a educação através de meios não convencionais, baseados na palavra e no discurso verbal. Através da utilização de instrumentos da arte-educação e da comunicação popular - como as artes corporais, plásticas e cênicas e a expressão através de meios de comunicação -, os participantes têm a possibilidade de se expressar através de formas subjetivas e criativas, o que torna alguns conhecimentos mais acessíveis, menos abstratos e mais próximos de seu cotidiano social e simbólico.
3) O que é o Gepes de Comunicação e Artes?
Áreas de atuação e fundamentação teórica O Gepes de Comunicação e Artes tem como objetivo central trabalhar a arte- educação e a comunicação popular como instrumentos pedagógicos da educação popular. Para aprofundar esta idéia, iremos expor alguns conceitos e práticas sobre a educação popular, a arte-educação e a comunicação popular.
Partimos do pressuposto de que o trabalho da ITCP junto aos grupos populares é um trabalho de comunicação da Universidade com parte da sociedade. Nesta relação, os monitores da ITCP trabalham na perspectiva da educação popular baseada em Paulo Freire.
Com este referencial teórico, o Gepes de Comunicação e Artes se propõe a construir conhecimentos junto aos grupos populares através do diálogo dos saberes acadêmico e popular. Para isso, parte dos questionamentos da realidade do grupo para um questionamento do sistema social capitalista vigente, da exploração do trabalho, das diversas opressões e, por fim, da possibilidade de transformação da realidade por meio da organização popular. Na prática, por vezes, a corrida contra o tempo na ITCP, as diversas demandas, a falta de estrutura e de política públicas que incentivem a formação de cooperativas e a conseqüente falta de práxis; além da ausência de espaços de estudo e discussão sobre educação popular ou ainda o fato de alguns monitores não assumirem na prática a perspectiva política da educação popular fazem com que não seja possível a construção do conhecimento através do diálogo: os saberes diferentes se sufocam. Reproduz-se a lógica da educação bancária ou da licenciosidade do educador, respaldada em uma leitura leviana de que na educação popular os grupos populares devem sempre trazer e subsidiar os temas a serem trabalhados. Esta auto-crítica deve servir para atentarmos para a necessidade de discutir o projeto da ITCP enquanto um projeto de educação popular e estudarmos juntos a
educação popular. Também temos que reconhecer, registrar e socializar, cada vez mais,
dentro da ITCP e fora dela, as interessantes experiências que cada uma das equipes e dos
Gepes têm construído por meio de diferentes metodologias da educação popular.
A educação em que acreditamos sabe-se política e nega a falácia da educação neutra.
A educação popular pressupõe a construção e reconstrução da realidade pela ação do
trabalho humano sobre ela. Neste sentido, tem um caráter de libertação e emancipação:
através da educação popular, os educandos e educadores assumem-se enquanto sujeitos
histórico-sociais que podem engajar-se em lutas sociais para alterar a realidade.
Em uma sociedade de classes, defendemos a educação popular - ou pedagogia do
oprimido, como a batizou Paulo Freire - como prática libertadora das classes dominadas,
em contraposição à educação da classe dominante, que usa de práticas autoritárias para a
manutenção do status quo.
Os educandos deixam de ser os observadores das cartilhas tradicionais para serem
sujeitos do conhecimento e da história. Isso implica em deixar para trás o modelo da
educação bancária, na qual o educador faz "depósitos" de comunicados no educando, como
se este fosse um recipiente vazio. Adota-se o diálogo entre diferentes saberes, educador e
educando, para a construção da leitura do mundo (a análise da realidade). A educação é
feita com o educando e não para o educando.
O diálogo faz parte do processo de construção da autonomia de grupos auto-
gestionários. Para a construção do diálogo com as cooperativas, o Gepes propõe-se a criar
metodologias de trabalho que utilizem diferentes linguagens (além da escrita e das falas
expositivas), que respeitem a cultura dos grupos e trabalhe sua identidade cultural e de
classe como impulsionadores de sua organização.
Assumimos que as práticas da ITCP com os grupos populares não se restringem à
geração de trabalho e renda. No processo educativo, os grupos lêem sua situação
marginalizada no sistema social e adotam a cooperativa como meio de sobreviver a este
sistema, de contrapor-se a ele e integrar um movimento baseado em princípios de
cooperação e solidariedade, o Movimento de Economia Solidária. Neste sentido, o Gepes
de Comunicação e Artes afirma que os processos de criação artística e apropriação da
comunicação pelos grupos populares não são marginais na constituição de uma cooperativa.
Pelo contrário, integram um projeto de educação para além dos ditames do mercado.
A arte-educação pode colaborar tanto na sensibilização dos cooperados e monitores quanto na agregação de valor de um produto da cooperativa. Em nossa sociedade capitalista somos, desde criança, educados a seguir regras e determinados padrões de comportamento sem contestar se fazem sentido ou não. Geralmente, quando o fazemos somos reprimidos. Com o tempo, esta repressão é incorporada em nossa mente e corpo e passamos a seguir estes padrões - que muitas vezes não concordamos -, sem perceber o quanto estamos condicionados a eles. O trabalho educacional dentro da ITCP deve prezar e potencializar a conscientização, sensibilização e transformação do indivíduo. A arte deve ser usada como uma aliada neste complexo processo, que extrapola o conhecimento e o posicionamento crítico frente à conjuntura atual, fazendo com que a educação seja também um processo de auto-conhecimento e ‘descondicionamento’.
Acreditamos que razão e emoção devem andar juntas, se complementando. Ao darmos muita ênfase à razão e, por conseqüência ao uso exclusivo do discurso expositivo, acabamos atrofiando os canais de expressão da emoção e os canais artísticos. É preciso reaprender a utilizar a arte como forma de expressão e menos a palavra para a comunicação.
Segundo João Francisco Duarte Jr. em Por que Arte-educação?, “através da arte somos levados a conhecer melhor nossas experiências e sentimentos, naquilo que escapam à linearidade da linguagem”. A arte possibilita ao indivíduo prestar mais atenção no seu próprio processo de sentir sobre o qual se desenvolve todos os outros processos racionais. A arte-educação pode e deve ser utilizada como instrumento de percepção e transformação de pessoas que se propõem a mudar algo na sociedade, no seu grupo social e/ou em sua vida particular. Para formar e manter uma cooperativa, é preciso que os cooperados compreendam e se identifiquem com os princípios da economia solidária e as formas de autogestão. Ora, mas como fazer isso se nunca tiverem vivenciado espaços assim?! João Francisco Duarte Jr. nos ajuda a pensar sobre isso. “Todos novos conceitos que adquirimos, nós os compreendemos por referência às nossas experiências anteriores Para que os cooperados e monitores incorporem os valores da Economia Solidária no trabalho e na vida, é importante criar espaços em que seja possível vivenciar, pensar e sentir (não necessariamente nessa ordem) estes princípios e formas de organização. Assim, haverá uma identificação verdadeira e o aprendizado poderá ser transferido para outros contextos e espaços sociais para além da cooperativa, que está inserida num contexto maior. O processo de sensibilização pode contribuir também para uma melhor integração do grupo, que por vezes, não se conhece bem e, portanto, deve ser estimulado a buscar uma identidade coletiva.
Quanto à agregação de valor, a arte-educação pode ser usada no desenvolvimento de criações e habilidades plásticas, a fim de contribuir na formação e desenvolvimento de produtos da cooperativa. Esses produtos, além de serem responsáveis por uma maior aceitação no mercado, terão a cara dos cooperados, que por sua vez se identificarão com os mesmos.
Possíveis atuações:
Trabalhos corporais: alongamento, toque, sensibilização corporal. Trabalho que pode ser
feito em parceria com o Gepes de Saúdo do Trabalhador e Meio Ambiente.
Atividades plásticas: pintura, fotografia, desenho, sucata e colagem, enquanto
instrumentos pedagógicos, e artesanato, com ênfase para a geração de renda e agregação de
valor.
Música e poesia: como sensibilizadores e instrumentos pedagógicos.
Geração de renda e agregação de valor: atividades que trabalhem a arte como um
instrumento possível de gerar renda e agregar valor aos produtos das cooperativas.
Pensar o desenvolvimento de uma cooperativa e de uma incubadora de cooperativas sem um projeto de comunicação se torna impensável num mundo em que a imprensa é encarada como quarto poder, em que os meios de comunicação nunca exerceram tamanha influência sobre a sociedade e onde, resgatando duas frases já do senso comum, “a propaganda é a alma do negócio” e, como já dizia o apresentador de auditório televisivo Chacrinha, “quem não comunica se estrumbica”. Assistir à televisão, ouvir rádio e navegar na Internet virou o lazer de muitos, o momento em que penetram no mundo das ilusões, das realidades representadas, da venda do prazer instantâneo e das virtualidades. Chegamos a um ponto em que crianças, adolescentes e adultos se juntam em frente à televisão durante mais de três horas diárias para se distraírem, em que os meios de comunicação são vistos como potenciais armas em tempos de guerra, em que política não é pensada sem a mediação tecnológica. Como escreveu Otavio Ianni, em Enigmas da modernidade mundo, não vivemos mais na era do príncipe de Maquiavel - em que todo o poder de Estado é concentrado na figura de um soberano –, nem na do moderno príncipe de Gramsci – fundamentado na figura do partido político -, estamos na era do príncipe eletrônico, aquele que é ligado todos os dias para ser consultado, como um grande irmão.
Desta forma, como a maioria dos meios de comunicação estabelece uma relação vertical com seus espectadores, sem a possibilidade de uma participação ou interação ativa, é necessária a criação de meios alternativos de comunicação que sejam fruto legítimo de grupos ou classes sociais que não se sentem devidamente representados pelos meios massivos. Dentro deste raciocínio, conseguimos visualizar dois principais usos da comunicação a favor de um empreendimento popular. São os seguintes: 1) A apropriação e incorporação de estratégias de comunicação dos empreendimentos do sistema capitalista como forma de inserção no mercado, que vão desde produção de materiais de divulgação que “vendam” o produto à assessoria de imprensa como forma de dar visibilidade à cooperativa nos meios de comunicação de massa. Importante ressaltar que os instrumentos de comunicação são os mesmos das empresas, mas sua forma de produção é diferenciada, através de metodologias que envolvam a criação coletiva e a busca de um trabalho com a identidade do grupo.
2) A criação e produção de meios de comunicação próprios do empreendimento – jornal, rádio, vídeo - que façam um contraponto com os meios massivos, que serão o ponto de vista da cooperativa, sua voz, sua expressão e sua autonomia em relação aos meios oficiais de comunicação. Isso possibilitaria uma menor centralização da produção de informações da cooperativa e de seu entorno, em geral produzida por veículos externos, e aumentaria o acesso às informações dentro da cooperativa, colaborando para a auto-gestão. Ressaltando que temas não necessariamente vinculados ao trabalho da cooperativa também são fatos relevantes para serem noticiados, como a discussão sobre a conjuntura regional e nacional, indissociáveis da realidade local do empreendimento.
Acreditamos que, através destes dois usos da comunicação externa e interna, sobrevivência no sistema capitalista e resistência ao próprio sistema estarão andando juntos. Uma contradição, assim como a própria existência das cooperativas neste sistema em que estão inseridas. A comunicação popular é aquela desenvolvida com a intenção de dar voz legítima a grupos ou classes sociais que queiram ter e produzir meios próprios de expressão. Segundo Cicília Peruzzo, em Comunicação nos Movimentos Populares, “as experiências mostram que a comunicação popular participativa dá seu aporte à edificação de uma cultura e de uma educação democrática. Ela ajuda a conhecer, resgatar e valorizar as raízes do povo. Altera as dimensões do comportamento cotidiano. Socializa o direito de expressão e os conhecimentos técnicos. Desmistifica os meios. Promove a criação coletiva. Difunde conteúdos diretamente relacionados à vida local. Dá voz, pela própria voz, a quem era considerado ‘sem voz’”. E quais seriam as características desta comunicação? “É uma comunicação que se compromete, acima de tudo, com os interesses das ‘comunidades’ onde se localiza e visa contribuir na ampliação dos direitos e deveres de cidadania “A comunicação popular também é chamada de comunicação alternativa, além de muitos outros adjetivos que lhe são atribuídos, como comunitária, participativa, dialógica, horizontal, usados geralmente como sinônimos. Todas as perspectivas, no entanto, têm em comum associar a essas tendências ou movimentos a expressão da afirmação do direito à comunicação, de democratizar o poder de comunicar” A comunicação popular é um forte um instrumento de emancipação e autonomia num mundo em que os que detêm os principais meios de se comunicar são integrantes da classe dominante. As classes sociais desfavorecidas precisam se apropriar dos instrumentos da comunicação para serem seus próprios porta-vozes na sociedade, em meios que estabeleçam uma ruptura com a padronização de linguagens, respeitando as diversidades regionais. Dentro deste contexto, surgem as rádios livres, as rádios comunitárias, os canais de televisão comunitários, o movimento pela democratização das comunicações, os jornais de sindicatos, de movimentos, de grupos independentes, as rádios poste, os zines, entre outras inúmeras maneiras de fazer ecoar as vozes do povo. O importante é difundir seu ponto de vista através de meios próprios de comunicação. Como enfatiza Cicília Peruzzo, “(.) em processos participativos avançados os receptores das mensagens dos meios de comunicação se tornam também produtores e emissores das mesmas, como também gestores do processo de comunicação. O cidadão se torna sujeito dos meios de comunicação e tende a mudar o seu modo de ver o mundo e de relacionar-se com ele e com a mídia”Além disso, o meio de comunicação deste(s) grupo(s) se torna um instrumento 2 (Cicília Peruzzo, CELACOM, 2004)3 Bruno Fuser4 (Cicília Peruzzo, CELACOM, 2004).
de articulação entre diferentes iniciativas e movimentos populares, sendo, consequentemente um instrumento de formação e organização política.
Possíveis atuações:
Diversas atividades fazem parte do processo de elaboração de meios de comunicação, como criação, expressão, exposição em público, incluindo fatores como dialogicidade, trabalho da auto-estima e participação. Como estas atividades têm por objetivo a emancipação do ser humano e, consequentemente, do empreendimento, a comunicação popular pode ser caracterizada como um instrumento da educação popular. Por exemplo, numa oficina de elaboração de um zine, as pessoas poderão discutir desde identidade e história até formas de exprimir essas questões num material impresso artesanal, que poderá ter a expressão escrita e plástica dos criadores.
Dividiremos as possíveis atuações da comunicação popular em alguns setores: comunicação interna, externa e registro da cooperativa.
Meios de possibilitar uma melhoria na comunicação entre os integrantes do empreendimento. São exemplos disso a instalação de um mural que sirva como espaço de informes, a elaboração de um jornal mural, um zine, um jornal interno e uma rádio poste.
São as atividades de comunicação responsáveis por dar visibilidade do empreendimento na sociedade. Estão incluídos:- Elaboração de materiais publicitários de divulgação, como panfletos, folders, cartazes, cartão de visita, vinheta sonora, criação de nome, logo marca e slogan da cooperativa;- Criação e produção de meios próprios de comunicação que difundam informações relativas ao empreendimento, como jornais, programas de rádio, vídeo, site na Internet, programas de televisão;- Assessoria de Imprensa: responsável por informar os meios de comunicação de massa sobre determinado evento ou fato interessante da cooperativa. É a partir desta atividade que o empreendimento terá a oportunidade de ter seu trabalho divulgado de forma ampla nos meios de comunicação de massa (jornais impressos com grande tiragem, rádios com grande difusão e canais de televisão transmitidos na rede aberta de televisão).
É de fundamental importância que o empreendimento estabeleça uma dinâmica de registro de sua história. É a partir daí que seu arquivo será construído, possibilitando, posteriormente, a memória e reflexão dos processos pelos quais a cooperativa passou. O registro deve ser feito tanto pelos que freqüentam a cooperativa, quanto pelos que fazem parte dela - o olhar que os cooperados têm sobre eles mesmos, sobre sua história, sobre o trabalho na cooperativa. Além disso, o registro da cooperativa é uma forma de comprovar a história do empreendimento para atores externos. São instrumentos de registro: foto, vídeo, gravação em áudio, arquivo de jornais externos e internos, entre outros.
Além do registro como forma de memória, podemos utilizá-lo como material pedagógico para uso interdisciplinar nas atividades desenvolvidas nas cooperativas. É importante ressaltar a importância de se retornar o registro aos cooperados e de estimular, inclusive, que este seja feito pelos próprios cooperados: o olhar que os cooperados têm sobre eles mesmos, sobre sua história e o trabalho na cooperativa. Além disso, ressaltamos a importância de trabalharmos a identidade dos cooperados e cooperativas, com o objetivo de resgatar suas histórias de vida, buscar e valorizar suas origens, o que fortalece o vínculo e aumenta o conhecimento entre os cooperados e entre cooperados e monitores da incubadora, criando um ambiente em que os trabalhadores se identifiquem. Conhecendo suas histórias, aumentamos a possibilidade de construirmos um processo de educação pautado em suas realidades. 4) Relações com outros grupos e espaços da ITCP
Para que os objetivos do Gepes de Comunicação e Artes sejam incorporados pela ITCP em sua metodologia cotidiana, propomos que o Gepes não restrinja seu espaço de atuação às cooperativas. Para isso, deve também atuar juntamente às equipes e ao coletivo da ITCP, de modo a sensibilizar para uma metodologia de trabalho pautada neste projeto de Gepes.
O Gepes de Comunicação e Artes também busca atuar conjuntamente com outros Gepes, contribuindo com a pesquisa de propostas de trabalho com arte-educação e comunicação, com a intenção de abordar os diversos temas da incubação. Acreditamos que a atuação conjunta e interdisciplinar dos Gepes é responsável pela articulação do plano de incubação e é potencializadora da construção do conhecimento para além dos limites das disciplinas já solidificadas na Universidade e na ITCP.
5) Perfil do Monitor e critérios para a seleção do monitor de Comunicação e Artes
Como o GEPES é muito abrangente, a equipe deve ajudar a definir o perfil do monitor de acordo com as demandas das cooperativas em questão e da própria equipe. Além dos critérios gerais de seleção (ter experiência em educação popular, movimentos populares e extensão universitária), o Gepes prioriza que o monitor especializado em artes tenha experiência prática em arte-educação e/ou formação na área de artes (essa formação deve corresponder às demandas estipuladas pela equipe); que consiga conceber o trabalho de arte-educação como um trabalho de desenvolvimento de processos de expressão, e não como aplicação de técnicas somente; conseguir projetar o trabalho de arte-educação nas cooperativas e ter comprometimento com geração de renda.
Se a demanda for na área de comunicação, o monitor deve ter formação em comunicação e/ou experiência em comunicação popular (produção de meios populares de comunicação: jornal, vídeo, fotografia, registro, rádio etc); conceber o trabalho de comunicação popular como um processo de construção conjunta com os cooperados e de instrumentalização, e não só de assessoria, conseguindo assim projetar o trabalho de comunicação popular nas cooperativas.
Quando a equipe ainda não tiver demandas é interessante que o monitor tenha formação nas duas áreas de conhecimento, tendo potencialidades para atuar tanto na área de comunicação como na de artes, nesse caso o mínimo necessário é possuir formação e/ou experiência em comunicação popular e em arte-educação e ter comprometimento com geração de renda quando pensar em arte-educação nas cooperativas; assim como conseguir projetar o trabalho de comunicação popular nas cooperativas.
No inicio da entrevista é interessante explicar em linhas gerais o tipo de cooperativa com que a equipe trabalha, a fim de dar elementos para as respostas. Possíveis perguntas a serem feitas aos candidatos: 1)Tem formação e/ou experiência na área de comunicação? E de arte? Fale sobre isso.
2)Se fosse para pensar em um projeto de atuação nas cooperativas na área de comunicação, o que faria? E na área de arte-educação?3)Na sua opinião, qual a importância do trabalho de comunicação nas cooperativas? E de arte-educação?4)Como você pensa um projeto de geração renda utilizando a arte? 6) Atividades de ambas as áreas (arte-educação e comunicação popular)
Elaboração de material didático-pedagógicoNeste material, pretendemos levantar instrumentos pedagógicos de arte-educação e comunicação popular. A intenção é estimular a criação de alguns materiais de apoio para a incubação, como um livro de jogos e dinâmicas, acervo de fotos e imagens, videoteca, entre outros. A idéia é trabalhar esta atividade em conjunto com o Gepes de PP e outros interessados. Além disso, seria interessante propor que esses jogos fossem praticados pelos monitores, em espaços como o coletivo.
Intervenções do Gepes no coletivoFoi tirado em uma reunião que o Gepes de COM & ART fará intervenções a cada coletivo, com o objetivo de inserir outras linguagens na reunião e alterar a dinâmica deste espaço.
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Comunicação
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Filmografia
(que filmes indicamos para assistir ou para a incubação?) Curtas-metragens
Ilha das FloresOcupar, resistir, produzirInvasão ou cidadania?O menino, a favela e as tampas de panela Longas-metragens
Pão e Rosas, Ken LoachO homem que virou suco, João Batista de AndradeEles não usam black tie, de Leon HirszmanA Greve, de EisensteinBeijo 2347/ 78, Walter RogérioGerminal, Claude BerriDans: um grito de liberdade, Stijin ConinxABC da Greve, Leon HirszmanOs carvoeiros, Nigel NobelAs mulheres do ABC, Carlos ReichembachA classe operária vai ao paraíso, Elio PetriHumberto D, Vittorio de SicaLa terra trema, Luccino ViscontiStromboli, Roberto RosseliniLadrões de bicicleta, Vittorio de SicaMimi metalúrgico, Lina WertMullerA bruxa queimada viva, Luccino Visconti (40 min)O trabalho, de Visconti (57 min.)

Source: http://www.itcp.unicamp.br/drupal/files/Projeto%20Gepes%20de%20Comunicacao%20e%20Artes.pdf

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